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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

RESENHA: Ratos, de Gordon Reece.


Hey everyone, tudo bem? 
Alguns de vocês devem ter notado que não estamos postando com muita frequência, certo? Mas, só pra deixar claro, além dos integrantes não terem muito tempo livre, o blog está passando por grandes mudanças. Desse modo, peço, mais uma vez, que sejam pacientes. : )
De qualquer forma, pensei em passar aqui rapidinho, e deixar esse post falando de um livro que eu li há alguns meses atrás e adorei: Ratos, de Gordon Reece.



Nesse livro, são as pessoas que não se impõem, sofrem todo tipo de abuso caladas, não tem coragem ou sentem algum tipo de bloqueio quando confrontadas. A narradora Shelley, de 15 anos, e sua mãe, recentemente separada, são duas ratas assumidas.

“Fitando o céu, eu gostava de imaginar que vivia em uma época mais simples e inocente – de preferência antes de surgirem os seres humanos, quando a Terra era um vasto paraíso verde e quando a crueldade de ferir apenas por puro prazer era completamente desconhecida.” [pág. 14]

A trama passa por idas e vindas no tempo, acompanhamos momentos de alguns anos atrás quando a vida da adolescente era tranquila, depois toda a turbulência do divórcio, a briga judicial, o bullying, até o presente quando mãe e filha vivem isoladas em uma casa no campo. A narração pelo ponto de vista de Shelley é muito envolvente, a garota é inteligente e estranha.

Gordon Reece
Shelley é uma garota comum, esta um pouco acima do peso, é estudiosa e tem uma personalidade pacífica. Ela costumava ter uma rede de segurança na escola, as suas três melhores amigas – Emma, Jane e Teresa – o grupo formava as Jets. Mas tudo começou a sair dos trilhos no inicio da adolescência, quando suas amigas deixaram de se interessar pelas aulas e brincadeiras, para pensar em garotos e roupas, Shelley não mudou como elas e por isso se tornou uma pária, por consequência, um alvo. Então começou a sofrer intimidações, ataques físicos e verbais, diariamente na escola, para piorar, suas principais agressoras eram as ex-amigas.

A narração é em 1ª pessoa, o que faz o leitor sentir quase na pele a situação horrível da jovem Shelley. Real e deprimente. O que me fez pensar nos comentários por aí, de pessoas que consideram o bullying uma piada, algo inventado, eles dizem que a nova geração é muito sensível, quando na verdade é algo muito sério que esta sendo mal interpretado, como se qualquer apelido e xingamento pudessem ser classificados assim. Bullying são ataques contínuos, humilhantes, intimidadores e maléficos, não é brincadeira de criança, e só menospreza quem nunca passou por isso... Em Ratos fica bem claro como é. 

Além dessa situação no colégio, em casa, a família passa por um divórcio  rancoroso, com brigas judiciais, até ser decidido pela venda da “propriedade matrimonial” e a guarda de Shelley para a mãe. Os ataques na escola contra Shelley ficam cada dia mais violentos, até que ela vai parar no hospital. Ela e a mãe decidem mudar-se para o campo e a garota para evitar problemas resolve cursar o último ano em casa, com tutores particulares.

E a mãe? Assim como a narradora, também questionei sobre a possibilidade da fraqueza da mãe influenciar no (mau) desenvolvimento da filha, mas foi apenas reflexão, acho que no fundo cada um pode encontrar a própria força, igual uma boa base familiar sempre ajuda. Elizabeth, largou uma carreira promissora como advogada a pedido do marido para criar a filha. Ela sempre foi submissa a ele, e sofreu durante todo o casamento e agora com a separação. O pai deixou as duas sem quase nada, então ela teve que voltar ao mercado de trabalho depois de anos, já sem tantas possibilidades de crescimento. No emprego novo, ela sofre com os colegas e chefe, eles abusam de sua natureza, ela acaba sempre recebendo trabalho extra, não ganhando crédito pelo o que faz e não recebe um salário compatível. Apesar de mãe e filha terem, como a garota diz: nascido com o gene de vítima, serem alvos naturais, e serem muito amigas, elas têm personalidades distintas. Elizabeth é bem mais misteriosa, contida e séria.

Pode parecer que contei demais, porém apenas situei a história, como elas chegaram ao presente, à trama desenrola mesmo, depois que elas já estão instaladas no Chalé Madressilva e recebem na noite do 16º aniversário de Shelley a visita de um Gato, um bandido para perturbar a paz recém-encontrada pelas duas mulheres. 
Todo mundo tem um limite, existe uma quantidade de desaforo, abuso, violência tolerável por cada pessoa, e sinceramente, duas mulheres com tanta bagagem nesse aspecto não são a melhor opção para um ataque, comparadas aos outros, elas têm que estar mais perto do basta e é isso mesmo... Uma trégua, algum alívio, que aguardava desde o início da leitura.

Ratos trás um enredo tenso e bem desenvolvido, um suspense perturbador, a narração não poupa ninguém, a cenas de violência são fortes e bem gráficas. Os personagens são realistas e profundos, a história mexe bastante com o emocional, desperta questionamentos sobre limite, o certo e o errado, a justiça. Shelley é uma narradora excelente, cheia de defeitos, ela analisa tudo e muitas vezes se contradiz principalmente em benefício próprio. Aliás, essa ambiguidade em torno dela faz a escolha da narração em 1ª pessoa nesse caso ainda melhor, deixa tudo mais interessante. Em alguns momentos torci por ela e em outros a achei aterrorizante, ela é de longe o melhor e o pior personagem do livro.

Enfim, Ratos é um livro incrível, e eu realmente espero que vocês se interessem por ele.  A leitura vale realmente a pena.  : )

Até o próximo post.
Xoxo!

Neu.

1 comentários:

Anônimo disse...

parece ser mt bom .
vou procurar ler sim ;]]

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